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VOCÊ JÁ PENSOU COMO A MOBILIDADE URBANA AFETA A VIDA – E A SAÚDE – DAS PESSOAS?

É da natureza humana locomover-se. Trata-se de algo intrínseco ao ser humano viver essa constante modificação de estado físico. Porém, no Brasil, a própria natureza humana tem encontrado entraves onde a locomoção e o direito da pessoa de ir e vir tem sido questionados. A classe trabalhadora, lamentavelmente, é quem mais sofre os impactos da falta de investimentos em mobilidade urbana: transportes coletivos sucateados e extremamente lotados, passagens com preços abusivos, falta de ciclovias, calçadas esburacadas, falta de rampas para pessoas com deficiência, cidades com pouca iluminação e entregues à violência urbana (que é o maior impeditivo do “andar a pé”). Assim, bem como outros acontecimentos da vivência em sociedade, a locomoção também tem suas influências na construção e busca pela saúde individual e coletiva.

O direito à cidade, que está intrinsecamente relacionado a questão mobilidade urbana, é um direito comum, já que as mudanças resultantes dessa mobilidade dependem de um molde coletivo. Além do mais, tal direito confunde-se com o direito à vida, pois nesse espaço há relações de práxis* que envolvem um ambiente no qual deve-se ter saúde, educação, mobilidade e demais princípios básicos para uma vida digna.

Porém, desde os primórdios da civilização, as cidades são construídas tendo por núcleo o excedente de produção. Assim, nota-se que a urbanização também se trata de um fenômeno de classes. A cidade torna-se mercadoria e a segregação espacial é imprescindível para a especulação imobiliária e, dessa forma, o fenômeno de mais-valia*acontece e o capital valoriza-se.

Os principais atores que exploram a cidade como mercadoria são a incorporação e o capital imobiliário, o capital de construções de edificações e o proprietário de terras. Tais atores usam a cidade como uma excelência capitalista. Portanto, a cidade é luta de classes* na medida que se tem a classe trabalhadora sendo oprimida e excluída em prol dos donos de terras e da produção.
Para além das implicações orgânicas dos meios urbanos de transporte (tais como poluição do ar, com possibilidade de repercussões respiratórias, sedentarismo, acidentes de trânsito, estresse, dentre outros), existem, ainda dentro da particularidade de cada um, os recortes que tornam única a vivência da locomoção urbana.

A mulher, em suas especificidades, vive, dentro da sociedade e do microcosmo da mobilidade, situações de grave exacerbação do machismo. Objetificação, assédios, perseguições e medo são algumas das experiências diárias do ser mulher no mundo público dominado pelos homens.

Também a população negra se vê em situação de vulnerabilidade, à medida em que a negritude ocupa, dada a conjuntura socioeconômica do país, espaços de periferia, o que, por si só já traz prejuízo ao acesso do povo preto a transporte e serviços.

Ainda dentro do espectro de opressões do ambiente urbano, a população LGBT também é vítima de situações de violência, dado a fragilidade social imposta essas pessoas pela estrutura social cisnormativa e heteronormativa.

Em contrapartida, na tentativa de minimizar as problemáticas dos sistemas de mobilidade, o Plano de Mobilidade Urbana é uma forma de possibilitar a redução das desigualdades sociais que permeiam os transportes é uma forma de inclusão social de populações minoritárias e marginalizadas (tais como população de baixa renda e população negra de periferia), levando em conta tanto aspectos socioeconômicos quanto ambientais e de sustentabilidade, além de ser uma oportunidade de possibilitar às populações com dificuldade de locomoção (como idosos e pessoas com deficiência) uma melhor acessibilidade aos serviços urbanos, os quais incluem os serviços de saúde.

Devido à importância do tema da mobilidade urbana e suas várias repercussões nos mais variados âmbitos sociais, a Coordenação de Cultura da DENEM (CoCult) traz esse clipping com o intuito de aprofundarmos o debate a respeito dessa temática tão importante.

– Mobilidade Urbana e sua relação com a sociedade

Mobilidade e saúde urbana: o direito à saúde e à cidade:
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/15357/2/Com%20Ci%C3%AAncia%20-%20SBPC_Labjor.pdf

Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei 12.587/2012) e os Planos de Mobilidade.
http://2rps5v3y8o843iokettbxnya.wpengine.netdna-cdn.com/wp-content/uploads/2016/01/Cartilha-PNMU_pbu.pdf

Sustentabilidade:
http://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/mobilidade-urbana-vamos-de-a-pe

As cidades e a cultura: uma reflexão a partir do Movimento Ocupe Estelita:
http://www.cartacapital.com.br/sociedade/as-cidades-e-a-cultura-uma-reflexao-a-partir-do-movimento-ocupe-estelita-9633.html

Qual o custo da mobilidade urbana?:
http://www.cartacapital.com.br/especiais/infraestrutura/qual-o-custo-da-mobilidade-urbana

Transporte urbano tem ligação direta com problemas de saúde mortais:
http://www.ecycle.com.br/…/1731-transporte-urbano-tem-ligac…

A relação entre mobilidade urbana e a sua saúde:
http://www.espacovivamais.com.br/mais-saude/a-relacao-entre-mobilidade-urbana-e-a-sua-saude.html

Prefeitura cria observatório para estudar impacto da mobilidade urbana na saúde e no meio ambiente:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/noticias/?p=203941

Mobilidade para deficiente físico é desafio a vencer no Brasil:
http://www.mobilize.org.br/noticias/1693/mobilidade-para-deficiente-fisico-e-desafio-a-vencer-no-brasil.html

– Mulheres e mobilidade

Ciclismo:
https://medium.com/@larissazanata/ser-mulher-e-se-locomover-32096e9220d7#.xefism6mm

 A mulher e o transporte público:
https://tarifazerogoiania.wordpress.com/tag/mulher/

Direito à cidade
http://blogueirasfeministas.com/…/a-mulher-e-o-direito-a-c…/

Estudo sobre mobilidade das mulheres na cidade:
http://www.geledes.org.br/sao-paulo-publica-estudo-sobre-mobilidade-das-mulheres-na-cidade/#gs.null

 – Mobilidade urbana e as questões sociais

Mobilidade e inclusão social:
http://www.confea.org.br/media/confea_mobilidade_urbana_miolo.pdf

Mobilidade urbana, iniquidade e políticas sociais :
http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/politicas_sociais/ensaio5_alexandre12.pdf

– Mobilidade Urbana e as questões raciais

A invisibilidade da mulher negra na mobilidade:
http://blogueirasnegras.org/2016/07/19/a-invisibilidade-da-mulher-negra-na-mobilidade/

Glossário:

*Mais Valia:
A Mais-valia é o termo utilizado por Karl Marx em alusão ao processo de exploração da mão de obra assalariada que é utilizada na produção de mercadorias. Trata-se de um processo de extorsão por meio da apropriação do trabalho excedente na produção de produtos com valor de troca.

*Luta de classes:
É um conceito que diz respeito a expressão dos conflitos entre as diferentes classes sociais,portadoras de interesses completamente antagônicos e inconciliáveis entre si. Tais lutas são travadas não só no campo econômico, como também político e ideológico. O conceito ganhou corpo nos escritos de Karl Marx e Friederich Engels, mas continuou sendo desenvolvido pelo pensamento marxista, sendo uma ideia chave para compreender a história e a dinâmica das sociedades modernas.

*Práxis:
É uma palavra com origem no termo em grego “praxis” que significa conduta ou ação. Corresponde a uma atividade prática em oposição à teoria.
Este termo é abordado por vários campos de conhecimento, como filosofia e psicologia, que classificam práxis como uma atividade voluntária orientada para um derteminado fim ou resultado.
Vários pensadores mencionaram o conceito de práxis nas suas obras, como Karl Marx e Jean Paul Sartre.

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