A data surgiu da organização de um grupo de mulheres negras que, com a intenção de combater o machismo e racismo estruturais, organizaram o Primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, no dia 25 de julho de 1992, na República Dominicana. Neste dia, e para além de hoje, precisamos lembrar das mulheres negras que fizeram e fazem História, marcando resistência contra o patriarcado e o racismo, expressos pela exploração, pela destituição de seus direitos e, inclusive, pela sua morte.
Segundo a ONU, 14 dos 25 países com as maiores taxas de feminicídio no mundo localizam-se na América Latina e Caribe, sendo que o Brasil ocupa o primeiro lugar desse índice na região. Nesse contexto de violência, a realidade é que as mulheres negras são as maiores vítimas de agressões como: violência obstétrica, abuso sexual e homicídio.
Para falarmos sobre saúde da mulher negra, precisamos evidenciar as opressões de gênero e raça, e também as de classe: a população negra está entre os 75% das pessoas mais pobres no Brasil, de acordo com o IBGE; a vulnerabilidade das mulheres negras ao desemprego é 50% maior segundo o IPEA. A determinação social do processo saúde doença como óptica nos indica que essa realidade tem relação causal com o adoecimento dessas mulheres. Assim, temos a população negra com maior incidência de: mortalidade de recém-nascidos antes dos seis dias de vida, infecções sexualmente transmissíveis, mortes maternas, hanseníase e tuberculose.
No post, trouxemos algumas mulheres negras, muitas vezes esquecidas e apagadas da nossa história, que lutaram e lutam para superarmos esse contexto desigual, rumo à construção de um outro modelo de sociedade. Lembrando também de Marielle Franco, vítima de feminicídio político no Brasil.
Marielle, presente!