LUTAR PELA VIDA DAS MULHERES É LUTAR PELA VIDA DAS MULHERES TRANS!*

* Texto produzido pela Coordenação de Cultura e Meio Ambiente (CoCultMA) para o 8 de Março. Publicado oficialmente no dia 4 de março de 2021.

O patriarcado sempre oprimiu as mulheres, suas opiniões e suas ações, isso é um fato. No que diz respeito às mulheres trans, a violência toma outra forma aliada à cisgeneridade e ao binarismo de gênero. Em muitos momentos da história da humanidade, as mulheres trans tiveram não apenas sua mulheridade desconsiderada, como também sua humanidade.

Stonewall, um marco da história LGBT, é a história, também, da luta de duas mulheres trans e travestis que foram desprezadas pela própria comunidade, assim como hoje muitas continuam sendo desprezadas inclusive por parte do movimento feminista. O caso de Lorena Muniz é recente, mas não é isolado. Lorena foi abandonada em uma sala cirúrgica em chamas, anestesiada e indefesa.

A vida das pessoas trans, especialmente das mulheres, é frequentemente negligenciada, inclusive no âmbito médico. O ocorrido é o reflexo exato de como as mulheres trans são tratadas pela sociedade brasileira: indignas de um tratamento humano, porque, em verdade, não são vistas como humanas. Arrastadas por quilômetros, violadas, espancadas, assassinadas, esquecidas: a morte de Lorena é reflexo da violência do heterocispatriarcado capitalista contra corpos abjetos na sociedade.

Que o 8M desse ano lembre de todas nós: Lorena Muniz, Dandara dos Santos, Micheli de Almeida, Kareen Victoria, Marsha P Johnson e todas aquelas que não tiveram sequer seus nomes respeitados!