Desde sua criação, a DENEM esteve presente nas Conferências Nacionais de Saúde contribuindo ativamente sobre temas como: subfinanciamento do SUS, mercantilização e privatização da saúde, medicalização da vida, educação e formação em saúde, políticas de saúde para minorias, política de drogas e de encarceramento, saúde mental, entre tantos outros temas que estudamos e debatemos em nossos eventos nacionais, regionais e locais de atuação.
São nesses eventos que ao longo de todos esse anos temos construído de forma ativa e democrática a mobilização dos estudantes para refletirem sobre saúde no seu mais amplo significado, construindo conjuntamente nossos posicionamentos em defesa do SUS, e muitas vezes também de crítica a determinadas políticas e medidas que governos tomaram em prejuízo de uma saúde 100% pública, estatal e gratuita.
Quando estudamos e debatemos todos esses temas, percebemos como todas essas políticas estão relacionadas com a estrutura capitalista, racista e patriarcal da sociedade brasileira. Não temos e nunca tivemos o medo de se posicionar e de lutar ao lado daqueles que acreditam em um novo modelo de sociedade, e é por isso que acreditamos que o nosso papel enquanto estudantes e futuros trabalhadores da área da saúde não deve se restringir a entender a Medicina apenas em sua forma técnica ou humana, mas também na sua forma política.
Somos a favor de uma saúde 100% pública e estatal com o financiamento adequado e suficiente para o SUS; contra as lógicas privatizantes de gestão como as Organizações Sociais (OSs) e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH); a favor da realização da auditoria da dívida pública; a favor da universidade pública com quantidade de vagas suficientes e de caráter popular; contra a política de guerra às drogas e política de encarceramento; a favor da reforma agrária, bem como o incentivo à agricultura familiar sem o uso de agrotóxicos; a favor da luta antimanicomial; e entre outros posicionamentos e ações que guiam a nossa luta no dia a dia.
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Sabemos, ainda, que o controle social possui limitações para ser de fato um instrumento de mobilização da classe trabalhadora. Desde a histórica 8ª Conferência Nacional de Saúde em 1986, muito do debate sobre democracia e saúde no seu sentido mais amplo se perdeu. Por muitas vezes, inclusive, mesmo que tenha conseguido chegar a resultados mais críticos e combativos frente ao desmonte da saúde pública do país, suas resoluções e contribuições foram repetidamente ignoradas ou levadas pouco a sério pelos governos.
No entanto, não vamos nos esquivar do nosso compromisso de compor e de contribuir criticamente e propositivamente para mais essa edição. Em meio a tantos retrocessos colocados pelo governo Bolsonaro, inclusive de extinção de conselhos, comitês e comissões do controle social, a luta popular se faz mais do que necessária em todos os espaços e locais de disputa política. Por isso, é também com essa motivação que a DENEM se propõe a estar na 16ª Conferência Nacional de Saúde e convoca todos e todas estudantes para comporem as etapas municipais, regionais, estaduais e nacional da Conferência.
